sexta-feira, 20 de maio de 2011

Trilho da Serra de Bornes

 Sem saber bem como, veio parar ao meu email uma mensagem que publicitava uma caminhada na serra de Bornes, no dia 30 de Abril. Gosto de caminhar, e faço-o com regularidade, mas fazê-lo no alto da serra, pareceu-me uma oportunidade a não perder.
Tratei da minha inscrição na caminhada, pelo telefone, junto do gabinete de Turismo da autarquia e, no dia marcado, tive de me levantar um pouco mais cedo para chegar atempadamente ao Hotel & SPA, um dos pontos de encontro dos participantes.
Logo à saída de Vila Flor comecei a achar que ia ser um dia em cheio. Estava um dia daqueles que ninguém escolheria para fazer uma caminhada no alto da serra, mas estas coisas não se adivinham. Parei inúmeras vezes antes de chegar ao sopé da serra. O nevoeiro quer no vale do Tua quer no da Vilariça, emprestava à paisagem um ar cénico, algo tenebroso, mas bonito. Estava tudo molhado e a chuva nunca se afastou.
Fui o primeiro a chegar ao local do encontro junto do Hotel. A maior parte dos participantes viria da Vila e iriam concentrar-se junto ao posto do Turismo.
Aproveitei para dar um passeio pelas imediações do Hotel e tirar algumas fotografias.
Pouco depois chegaram os restantes participantes. Fomos transportados para o alto da Serra para darmos início à caminhada. Julgo que se tratou da abertura de mais um trilho integrado na rede de percursos pedestres sinalizados pela autarquia de Alfândega da Fé. Este trilho denominado Trilho da Serra de Bornes, é um trilho de Pequena Rota, circular, com 8,9 km de extensão. Estes dados fui-os sabendo ao longo do percurso, nas conversas que mantive com vários participantes.
Mal a caminhada começou, recomeçou a chover e, penso que choveu durante toda a manhã. Os primeiros 2 Km são ao longo da crista da serra, por um estradão que dá acesso aos geradores de energia eólica. Não foi fácil manusear a máquina fotográfica só com uma mão, enquanto a outra segurava o guarda-chuva, mas foi o que fiz durante todo o percurso.
Como sempre, tudo na berma do caminho despertava a minha atenção, mas fiz os possíveis por não me afastar do grupo. A solução foi caminhar mais rapidamente que os restantes e depois aproveitar, enquanto esperava pelo grupo, fotografar a flora da serra. A minha ambição era encontrar alguma orquídea selvagem ou outras espécies interessantes, por isso prestei muita atenção a tudo à minha volta.
O grupo de participantes na caminhada, 24, era muito heterogéneo em idades. Pareceu-me que quase todos se conheciam e já tinham participado em caminhas anteriores, que foram comentando uns com os outros.
Eu aproveitei para conversar pessoas da organização, para saber como é que este conjunto de trilhos tinha surgido e das actividades já realizadas e das futuras.
Uma das preocupações no traçado dos percursos é a inclusão de núcleos urbanos, neste caso Vila Nova, da freguesia de Sambade.
Foi precisamente ao atravessar este pequeno lugar que me comecei a entusiasmar com as fotografias. Primeiro porque havia muitos castanheiros e caminhos muito bonitos ladeados por vegetação, depois porque os habitantes da aldeia com que nos cruzámos nos olhavam com curiosidade mas com muita simpatia.
É neste ponto que o percurso deixa de ser em descida (dos mais de 1100 metros aos 850 metros de altitude) e passa a ser em subida, terminando no alto da Serra, à mesma altitude a que foi iniciado.
Gostei mais da metade ascendente, apesar de chover com mais intensidade. No ribeiro, no centro de Vila Nova, algumas flores despertaram a minha atenção, mas não tive tempo suficiente para as fotografar. Felizmente voltei a encontrá-las. As duas espécies mais interessantes que encontrei foi a Aquilégia, de que já falei aqui no blogue e pequenas Prímulas. Fiquei excitado com o achado, nunca tinha encontrado prímulas selvagens! Vim a saber que nalguns trilhos de Alfândega elas são muito abundantes. Fiquei aborrecido quando uma pessoa arrancou uma destas plantas, mas o regulamento dos percursos é bem claro -  estes procedimentos não são permitidos.
Foi com algum alívio que chegámos ao alto da Serra. A chuva não parou de chatear e a maior parte das pessoas estava encharcada. Eu nem cheguei a usar o impermeável que levava na mochila.
Terminada a caminhada, as carrinhas da autarquia levaram as pessoas de volta ou ao Hotel, ou à vila.
O percurso foi complicado, em termos climatéricos, mas despertou-me a vontade de o conhecer melhor. Como tinha na mochila mantimentos para um "almoço" ligeiro, decidi que continuaria na Serra, por mais algumas horas.
Percurso (pode não ser exactamente o percurso marcado, uma vez que o tracei, mais tarde, de memória).
GPSies - Trilho da Serra de Bornes

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