quinta-feira, 1 de maio de 2014

Lugares de Memória

A Câmara Municipal de Alfândega da Fé organizou no dia 16 de abril uma visita pela vila integrada no dia Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Sempre me pareceu que este dia comemorativo não era alvo da devida atenção por parte das autarquias mais próximas de mim, por isso, fiquei satisfeito pela iniciativa e compareci em Alfândega da Fé, com a família, para dedicarmos um dia À Descoberta de Alfândega da Fé.
A primeira ideia com que fiquei, quando as pessoas se reuniram na sala de exposições da Casa da Cultura José Rodrigues foi que a organização ficou surpreendida com a adesão. Mais de meia centena de pessoas, de todas as idades,compareceram para fazerem um percurso pelos monumentos e pontos emblemáticos da sede de concelho.
Para guiar a visita a autarquia tinha o historiador Paulo Costa. A fazer as "honras da casa" esta a Senhora Presidente da Câmara que mostrou agrado por tamanha adesão e também mostrou substanciais conhecimentos sobre a história da vila.
Os monumentos carregados de história, em Alfândega da Fé, não são muitos, mas os edifícios, as ruas, fontes, as capelas e cruzeiros, são alguns elementos que nos podem fazer viajar no tempo, fazer uma espécie de viagem no tempo, para começarmos a olhar para eles com outros olhos. Além desse passado que todos as localidades têm, sejam elas aldeias, vilas ou cidades, Alfândega tem também um conjunto de obras mais recentes, como painéis de azulejos, esculturas em granito, ou mesmo monumentos como a própria Casa da Cultura, que podem proporcionar um excelente passeio cultural pela vila.
A minha curiosidade não ficou completamente satisfeita. Estava à espera de ouvir algo interessante sobre cada um dos sítios visitados, algo que me levasse a fazer a tal viagem ao passado. Podiam ser dados históricos, podiam ser lendas ou tradições, podiam ser curiosidades arquitetónicas ou simples chamadas de atenção para alguns pormenores, isso aconteceu, em alguns locais, mas estava à espera de mais. Possivelmente muita coisa não foi dita porque a maioria das pessoas era de facto da vila e já devem saber tudo (ou talvez não!).
Foi uma boa oportunidade para visitar a capela de S. Sebastião e a capela da Misericórdia, mas outras podiam ter sido visitadas. Uma ocasião desta deveria ter levado a uma preparação mais cuidada para que os espaços estivessem abertos e possíveis de visitar (por exemplo as capelas da Família dos Ferreiras, do Espírito Santo ou mesmo a Torre do Relógio.
A iniciativa foi muito positiva e estou certo que este evento se repetirá nos próximos anos talvez de uma forma mais proveitosa e interessante.
Depois de um saboroso almoço num restaurante da vila (esta parte já não estava no programa no evento Lugares de Memória), rumámos aos Cerejais. O dia estava fantástico para passear e havia que aproveitá-lo.

terça-feira, 18 de março de 2014

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sardão

Na terra onde o meu pai nasceu

Havia um carrasco
Maior do que o mar.
Do seu topo tocavam-se estrelas e manhãs
E a luz doce do luar.
Os seus galhos eram fortes,
O verde das suas folhas não tinha rival,
E era à sua sombra fresca,
Naqueles meses de um calor de rachar,
Que as gentes daqueles sítios
Paravam para descansar.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma fraga
Mais velha do que o tempo.
Do seu cume viam-se olgas e olivais
Que foram fontes de sustento.
As suas faces eram da cor dos musgos,
E era na sua grandeza,
Quando a chuva forte estava para chegar,
Que os animais se escondiam,
E os ventos fortes de leste
Gostavam de se sentar.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma santinha
De muita devoção.
Do seu rosto choviam graças e sorrisos
Que acalmavam o coração.
O seu nome era Bárbara,
E era ao seu coração de santa
Que todos dirigiam rogos e lágrimas,
Quando arribavam fogos sem rumo
E o ribombar das trovoadas.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma bela história
Que ainda ninguém quis contar.
Do seu enredo nasci eu
E muito do meu sonhar.
Por muito que os anos corram
E as ervas continuem a cobrir o chão
Nunca te esquecerei,
Ó meu querido Sardão.

 Poema de Carlos Afonso, publicado com autorização do autor, a quem agradeço esta partilha íntima.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Obra Incorporada

Trabalhos da Exposição Colectiva "Obra Incorporada" que esteve patente na Casa da Cultura de Alfândega da Fé. Out. e Nov. 2013
A exposição deu a conhecer a visão de 15 artistas, partindo todos da mesma cruz inicial.